quinta-feira, 3 de julho de 2014

Vindas e voltas

"E as tuas pernas ao redor da minha cabeça me contam segredos que eu já sabia mas não me canso de escutar.
E os meus cabelos ao redor dos seus dedos te revelam um eu que você já conhecia, mas não se cansa de conhecer.
Dos nossos abraços a ideia da eternidade parece um lampejo, rápido, voraz, devastador.
Devasta a dor de saber das suas lamúrias enquanto desejo que da sua língua só saia mel ainda experimento veneno.
As tuas coxas ao redor da minha cabeça me contam notícias velhas que parecem segredos novos.
E dos filhos do cosmos você pode sentir pela primeira vez o que eu sinto todos os dias entre uma noite e outra.
E os teus cabelos presos à nuca que presa a minha mão te arrancam a respiração a cada bomba que explode dos nossos lábios.
E a negação que afirma que você é aquilo que eu não esperava e não desesperava enquanto nem sabia dos segredos repetidos que você iria me contar.
A tua presença ausente que mata os meus dias e todos os minutos ausentes de tempo que a sua presença faz reavivar.
A cada passo que os teus pés correm eu percorro o caminho que você ainda vai andar.
E no final é preciso voltar ao início, acordar cedo e encarar o diário precipício e ficar torcendo para que no subir da lua você ainda tenha segredos repetidos que possam me interessar"

2 comentários:

  1. Uuau! Inspiração, :) que belas palavras, pra viajar...
    "...para que no subir da lua você ainda tenha segredos repetidos que possam me interessar".

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