"E o pulo maluco no peito que o coração deu
só com um "oi" seu
e eu já me vi todo sem graça
catando assunto, tentando não ficar mudo
correu você esparramada pela minha cabeça
e é melhor eu me segurar antes que enlouqueça
E para que eu não me esqueça
toda essa suposta fraqueza
na verdade é fortaleza
que faz de um "homi" grande
toda pequeneza
de se abestalhar
E se fosse pra daqui a pouco
nenhum tempo seria muito ou pouco
pra te esperar
e não desesperar
eu posso até calar
mas só se for pra ouvir os teu zoim falar
E se você me mandar pastar
alguém vai ter que desapartar
porque cabeça e coração vão brigar
meu corpo vai xingar
vai ser tudo num lampejo
e minha boca se contorce de desejo
Mas é tudo remendado por aqui
por cada traço um passo
pra cada passo uma marca
pra cada marca um marco
pra cada marco um passado
e no presente?
VOCÊ
E do futuro?
não sei
e se você for rainha?
eu rei
e se não me quer?
errei
E se quiser?
nem que seja um pouquinho
vai ser pra lá de lindo, mais que bonitinho
eu te faço muito mais de dois carinhos
dos boas noites aos bons dias
Se você me dançar um minuto, moça
eu te poetizo todos os dias"
- Cosmos
terça-feira, 24 de junho de 2014
terça-feira, 17 de junho de 2014
Porões
"Eram porões lotados que cruzavam o mar
levando minha gente para qualquer lugar
era rato, doença, sujeira e miséria
era mais um corpo que sucumbia
mais vento que sobrava nas velas
Eram correntes, açoites e um mercado
olhavam nossos dentes, nosso tamanho
como carga a ser avaliado
era o senhor que mandava
o chicote estalava
mas mesmo assim a gente cantava
vieram reis, rainhas e princesas
crianças perdiam a sua pureza
e o chicote estalava numa noite sem estrela
num golpe deles a lei que nos libertou
não tem sequer a nossa cor
Antes era o chicote na mão do feitor
antes era a ordem que vinha do senhor
agora é o cassetete na mão do fardado
agora vem a ordem do novo senhor engravatado
antes nos quilombos nos corres contra a morte
agora é na quebrada tendo que contar com a sorte
O sangue corre pela escadaria
lá de cima eu ouço Maria
desesperada...foi mais um zé
mas você não viu
antes morria na garruncha
agora é no fuzil
E dos novos senhores de engenho
ódio é o que eu tenho
mas é bom não desacreditar
porque quando a revolta juntar
não vai ficar um pra escapar
antes era aquele maldito porão
agora é o maldito camburão a me transportar"
- Cosmos
levando minha gente para qualquer lugar
era rato, doença, sujeira e miséria
era mais um corpo que sucumbia
mais vento que sobrava nas velas
Eram correntes, açoites e um mercado
olhavam nossos dentes, nosso tamanho
como carga a ser avaliado
era o senhor que mandava
o chicote estalava
mas mesmo assim a gente cantava
vieram reis, rainhas e princesas
crianças perdiam a sua pureza
e o chicote estalava numa noite sem estrela
num golpe deles a lei que nos libertou
não tem sequer a nossa cor
Antes era o chicote na mão do feitor
antes era a ordem que vinha do senhor
agora é o cassetete na mão do fardado
agora vem a ordem do novo senhor engravatado
antes nos quilombos nos corres contra a morte
agora é na quebrada tendo que contar com a sorte
O sangue corre pela escadaria
lá de cima eu ouço Maria
desesperada...foi mais um zé
mas você não viu
antes morria na garruncha
agora é no fuzil
E dos novos senhores de engenho
ódio é o que eu tenho
mas é bom não desacreditar
porque quando a revolta juntar
não vai ficar um pra escapar
antes era aquele maldito porão
agora é o maldito camburão a me transportar"
- Cosmos
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